quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

'Yes, Nós Temos Cisterna' Texto do vizinho Rafael Mottola Rocha, publicado na íntegra

Estes dias um vizinho próximo me perguntou:
- "Rafael, qual o critério para a retirada de árvores de um terreno recém-comprado pois o terreno ao lado da minha casa foi vendido e o novo dono disse que vai construir em breve e blá, blá, blá...".
- "Consciência!", eu respondi.
- "Como?", perguntou ele.
- "Consciência, tão somente" respondi eu novamente.
Depois pensando cá com meus botões, enquanto aguava o gramado e minhas plantas no jardim, me permiti algumas reflexões:
a) Este terreno que foi recentemente comprado é um dos últimos refúgios das galinhas nativas "Aracuã" próximos à APP;
b) Outro dia uma pessoa me contou que na Rua Canjerana próximo à Rua Cabriúva, tudo na Fase II, foram limpos 15m de frente de um terreno que faz divisa com uma APP, tudo regularizado, aparentemente com toda a papelada, e que foi cortada uma árvore "Açoita-Cavalo" (que não é uma espécie imune ao corte) com aparentes mais de 200 anos, com muitas bromélias e muitas orquídeas em seus galhos. Nossa! Fiquei imaginando a quantos animais e a quantos passarinhos esta árvore não serviu de abrigo e casa durante décadas. Talvez, durante séculos mesmo;
c) Refleti também sobre quando chamei o Sr. Natalício, ex-guarda e que hoje faz parte da zeladoria para lhe mostrar que corria água nos bueiros em dias muito secos, aparentemente troca de água de piscinas, o que ele se dispôs a investigar...
Enquanto eu pensava e aguava meu jardim, passaram condôminos vizinhos a caminhar aproveitando o horário de verão e me alertaram para a falta de água.
Logo entendi a intenção e lhes expliquei que a água que estava usando era de uma cisterna enterrada que tem capacidade para armazenamento de 20.000l de água da chuva.
Começamos a conversar sobre este assunto, eles ficaram aparentemente muito satisfeitos daquela água ser água da chuva armazenada e me contaram que também tinham instalado uma cisterna na casa deles.
Começei a lhes contar que outras coisas tínhamos feito na casa de forma a torná-la uma casa mais "verde", por assim dizer:
- aquecimento da água usada em chuveiros e torneiras por painéis solares;
- muitas aberturas para reduzir a necessidade de iluminação elétrica no interior da casa;
- caixas de descarga com 2 estágios (para número 1 e número 2);
- preservação de mais de 50% das árvores do terreno desmatando somente na área da casa;
- amarração das árvores com cordas de forma a que ela não batam na casa em dias de temporais;
- plantio de outras ávores nativas no terreno e nas calçadas;
- etc.
Ficamos conversando por minutos sobre consciência ecológica e como ela poderia nos ajudar aqui no Cantegril.
Hoje (19/02/12), quando escrevo este texto, infelizmente não há mais água na nossa cisterna devido à falta de chuvas das últimas semanas.
Pensei como seria maravilhoso se cada um fosse dialogar com seu vizinho caso visse alguma má atitude em relação ao uso da água, ao solo, das árvores, animais silvestres e este lhe fosse receptivo e em clima de respeito e harmonia tivéssemos um lugar mais verde, mais belo e mais saudável para vivermos.

Rafael Mottola Rocha.
Q 30

5 comentários:

  1. Meu querido e reflexivo vizinho e amigo Rafael:
    Que bom, que bom mesmo que "de vez em quando", alguém esboça a preocupação com o nosso meio ambiente aqui no Cantegril Amado Viamonense, além de outros que como a Andréia e outros que se manifestando sentem esta situação, por vezes contrastante com esta beleza que devemos nos empenhar com alma e determinação manter e até melhorar, pois acredido, smj, que através destas manifestações, ações e até bate papos informais de caminhadas pelo Cantegril, possamos estar "mais despertos" pras coisas que nos diz respeito e nos afeta a todos, de um jeito ou de outro, nas ações e omissões que acontecendo com os "animais e meio ambiente em geral", nos afeta, nos constrange saber que isto pode acarretar sim, a perda gradativa de riquezas que certamente levaram décadas, séculos para estarem ali nos "servindo", nos encantando, nos enriquecendo de emoções positivas e de valor indecifr$vel....Enfim, solução ??? Nos unirmos, nos consolidarmos como um grupo forte em defesa do nosso amado Cantegril, sem reservas de outras picuinhas que por vezes nos atravancam, nos fazem pensar em "nem pensar ou refletir sobre"...Porque o fulano é assim, o ciclano é assado...e aí a "batata do meio ambiente do nosso Cantegril" cada vez mais assando...."Ficha um" para compormos um grupo que possamos nos reunir uma ou duas vezes por mês prá discorrer, discutir, sugerir, questionar, participar da administração como parceiros defensores desta questão e tudo que dela se interrelacione...Sem Presidentes, ou outro posto que ressalte saliências de poder, vaidade ou fantasia que não acrescenta em nada ao que realmente interessa a nos todos e ao Condomínio Cantegril e que todos nós sabemos de cor e sapateado!!!!!! Abraço/Borba


    Adm. Adalberto Sanhudo Borba
    fone: 3289.1175/1288

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  2. Bacana o que você escreveu Rafael. Pena que poucos lêem e se atentam à importância de tudo isso. Mas.... é bom continuares publicar tuas atitudes, pois assim incentivas outros seguidores. Não moro aí, mas tenho casa que fica em terreno defronte à mata e vejo o quanto já perdemos ao logo destes anos com a falta de critérios ao desmatar. Quem sabe no futuro não teremos uma convenção verde?

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  3. Olá Rafael. Eu tenho intenção de instalar uma cisterna no meu terreno. Tu poderias me dizer com quem posso obter as informações necessárias, por exemplo: empresa, mão de obra, dicas, etc.?
    Obrigada.
    Ângela Ungaretti

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  4. Oi Angela, que legal teu interesse.
    A instalação de cisternas é extremamente simples.
    Primeiramente, deves te preocupar em instalar calhas no teu telhado para coletar o máximo possível de água da chuva.
    Utilizei um fornecedor de calhas(funilaria) que atualmente fica em frente ao posto da polícia rodoviária estadual, mas há vários em Viamão para orçares.
    Depois pintei elas para não enferrujarem.
    Depois, deves fazer caixas de coleta enterradas embaixo de cada calha, com ligações subterrâneas entre elas (canos brancos de 100mm) e levando para a cisterna que deve ficar no ponto mais baixo do terreno.
    Sobre estas caixas coloquei telas para evitar a entrada de animais, folhas, etc.
    Optei em não construir a cisterna em concreto armado e sim comprá-la pronta em um fornecedor que fica na RS-040 quase esquina com a Estrada Caminho do Meio (perto da subestação da CEEE).
    o buraco foi escavado manualmente por 3 homens, encontramos pedras grandes de granito a uma profundidade de 2,5m, tive de contratar um especialista que achou o veio da pedra e a quebrou em muitos pedaços. Fizemos um muro natural enorme desta pedra, como contenção em uma das partes do terreno, fiquei com pena de quebrar mas não havia outra solução.
    A cisterna teve que ser colocada no buraco com o auxílio de um caminhão guincho que tive que contratar.
    Dentro da cisterna colocamos uma bomba submersa que comprei na madeireira Tarumã que é necessária para a água ser puxada do fundo. Acoplamos nela 40m de mangueira plástica.
    Para ligar basta ligar uma tomada.
    Deu trabalho mas é quase impossível medir o tamanho da satisfação.
    A tampa de nossa cisterna é de basalto muito grosso por causa da segurança, para nenhuma criança tentar abrir e por que o carro passa sobre ela.
    Me contate e posso mostrar tudo como ficou. É simples, só deu um pouquinho de trabalho.
    Segue meu e-mail - r_mottola@hotmail.com

    Um abração.

    Rafael Mottola Rocha.
    Q 30.

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  5. Rafael
    Fiquei contente ao ler teus comentários e experiências . Há mais de 10 anos comprei dois terrenos ligados ao meus para preservar as arvores nativas que tinham nele. Um terreno ao lado destes dois foi totalmente devastado, inclusive a pessoa que comprou entreou mata a dentro devastando centenas de arvores pertencentes a APP

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Obrigado. Grupo MaisCantegril.